Urbanidade e vitalidade nos espaços públicos em novas áreas residenciais verticalizadas.

Estudo de casos em Londrina - PR e Ribeirão Preto – SP

Resumo

Os projetos dos condomínios residenciais voltados às classes média e alta costumam privilegiar o interior do edifício e o desenho de suas fachadas, mas poucos consideram sua relação e integração com o espaço público e as pessoas que o utilizam, que também não têm obtido a devida atenção dos gestores urbanos, visto que a adaptação da cidade ao automóvel absorveu grande parte dos investimentos. Este trabalho teve como objetivo analisar como a configuração do ambiente construído, através de seus elementos morfológicos, tipologias arquitetônicas e práticas socioespaciais, interfere na vitalidade e urbanidade das cidades, especialmente dos espaços públicos de áreas verticalizadas. O método de pesquisa adotado foi o estudo de casos múltiplos em áreas recentemente verticalizadas em cidades de médio porte, e se deu em três fases: desenvolvimento dos instrumentos de pesquisa (fichas de observação, questionários, entrevistas, mapas temáticos) e dos critérios de análise, tendo como base a literatura estudada; levantamento de dados nas cidades de Londrina – PR e Ribeirão Preto – SP e sistematização e análise dos dados coletados. Para verificar os principais atributos da vitalidade e urbanidade nos espaços estudados, foram adotadas duas dimensões de análise: física, em que foram avaliadas as questões da forma urbana, e social, em que se verificou a relação do usuário com o espaço urbano. Do ponto de vista da literatura, a tese contribui com a articulação dos conceitos de urbanidade e vitalidade. A análise dos dados e resultados da pesquisa evidenciaram que a forma urbana tem papel essencial no desenvolvimento da vitalidade e da urbanidade nos espaços públicos das cidades, pois interferem diretamente no uso dos espaços e na percepção dos usuários. Contudo, esta está diretamente ligada às vivências, necessidades específicas e identidades culturais de cada indivíduo. Os estudos de caso confirmaram a hipótese central da pesquisa: uma mesma tipologia verticalizada, disposta no sítio urbano com diferentes arranjos espaciais geram diferentes qualidades urbanas, com repercussão nas percepções estéticas, espaciais, de mobilidade e segurança, produzindo espaços públicos com vitalidade e urbanidade diversos.