ANÁLISE AMBIENTAL DE CEMITÉRIO ATRAVÉS DA MATRIZ DE SWOT – ESTUDO DE CASO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v3i1/2.77

Palavras-chave:

Planejamento; Riscos; Custos; Cadáveres; Impactos.

Resumo

No Brasil, os cemitérios são carentes de planejamento e monitoramento ambiental, onde, em sua grande maioria, não há controle na construção e muito menos na fiscalização dos existentes. Ainda vivo o ser humano encontra-se em estado de equilíbrio como o seu meio, no entanto, após o seu falecimento, seu corpo tende a iniciar o processo de putrefação, caracterizado pela destruição dos tecidos do corpo por enzimas e bactérias, gerando o biogás e o necrochorume. Cada corpo decomposto libera em torno de 30 a 40 litros de necrochorume para cada 70 kg, em média, composta em sua maior parte por água, rico em sais minerais e substâncias orgânicas degradáveis, além de substâncias tóxicas como cadaverina e putrescina. O uso da matriz de SWOT revelou-se funcional para estudos ambientais uma vez que gera o ordenamento de aspectos de natureza antagônica (fortalezas e fragilidades). O presente trabalho teve por objetivo o uso da matriz SWOT para realizar uma análise de risco de um cemitério e sugerir a proposição de planos de ação para o local estudado. O estudo iniciou-se com uma revisão bibliográfica baseada na legislação pertinente sobre o tema, servindo de suporte ao desenvolvimento do estudo. Os subsídios utilizados para análise da situação da área foram coletados através de visitas técnicas a campo com registros fotográficos, entrevistas informais com os administradores e funcionários do cemitério analisado. Diante do diagnóstico, foi possível montar uma matriz onde foram observadas questões referentes aos pontos fortes e fracos relacionados a fatores internos e externos do cemitério analisado, gerando uma matriz 6 x 6, de 36 cruzamentos. O quadrante III identificou o nível de debilidade máxima da capacidade ofensiva (QIII = 18) indicando o quanto as fraquezas causam problemas para o aproveitamento das oportunidades. Já o quadrante IV apresentou o nível de vulnerabilidade do ambiente estudado (QIV = 17), indicando o conjunto de fraquezas que aumentaram o efeito das ameaças. A Matriz de SWOT cruzada confirmou que o prejuízo causado pelo cemitério não está apenas associado a impactos do meio ambiente, mas também aos impactos socioeconômicos. A necessidade de investimentos pelo poder público deve ser uma das principais metas para redução dos impactos apresentados.

Biografia do Autor

Eduardo Antonio Maia Lins, Instituto Federal de Pernambuco

O pesquisador possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (2000). Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade de Pernambuco (2012), tendo obtido os títulos de Mestre (2003) e Doutor (2011) nos anos anteriores pela Universidade Federal de Pernambuco onde se especializou em Geotecnia Ambiental. Concluiu o curso superior em Gestão Ambiental pelo SENAC/SP, além de tornar-se especialista em Segurança do Trabalho pela Estácio de Sá (RJ), ambos em 2022. Atuou como consultor do Ministério das Cidades em 2006 para estudos de biogás e obtenção de crédito de carbono. Atualmente é Professor do Instituto Federal de Pernambuco (Campus Recife), onde coordena o Grupo de Poluição e Contaminação Ambiental do IFPE. Também leciona na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) no departamento de Engenharia Ambiental, Química, Ciências Biológicas e Civil, onde também é coordenador do Curso de Especialização "Gestão e Controle de Áreas Contaminadas por Resíduos Sólidos". Professor permanente do Mestrado do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) na área de gestão de resíduos sólidos e contaminação ambiental, tendo concluído curso "Municipal Solid Waste Management in Developing Countries" pela École Polytechnique Fédérale de Lausanne da França. Perito Ambiental na área de Contaminação e Remediação de áreas contaminadas por resíduos sólidos.

Sarah Maia Pianowski, Universidade de Fortaleza

A graduação na área de Engenharia Ambiental na UFC trouxe a possibilidade da aquisição da competência de Engenheira Ambiental e Sanitarista junto ao CREA-CE. Durante o percurso acadêmico, integrou o grupo PET da Engenharia Ambiental, publicou artigos e realizou intercâmbio acadêmico do programa Ciência Sem Fronteiras. Na universidade alemã, TU Dresden, estudou disciplinas do curso de mestrado Gestão de Resíduos Sólidos - "Abfallwirtschaft" (2 semestres) e realizou pesquisa acadêmica sobre os sistemas de logística reversa existentes no país. Após esse período, busca se especializar na área de resíduos sólidos, atualizando-se em feiras, congressos e seminários. Em seu período de atuação profissional na Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, realizou o gerenciamento de projetos na área ambiental, dos quais: Logística Reversa, Projeto Orla, Planos Regionais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Ceará, Planos de Recuperação de Áreas Degradadas por Lixões, Plano de Coletas Seletivas Múltiplas e Certificações ambientais, como Selo Verde para Produtos, Selo Município Verde, Selo Empresa Sustentável, Índice Municipal de Qualidade do Meio Ambiente e Praia Limpa.

Magda Marinho Braga, Universidade Federal do Ceará

Bióloga formada na Universidade Estadual do Ceará (UECE), especialista em Direito Ambiental (UNIFOR), Técnica em Meio Ambiente (SENAI) e Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente - Prodema (UFC). Atualmente é servidora da SEMACE e trabalha como Gestora Ambiental na Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Estado do Ceará - SEMA. Desenvolve e Coordena projetos na área de Mudanças Climáticas, Gestão Ambiental, Zoneamento Ecológico-Econômico, Certificação Ambiental e Gerenciamento Costeiro.

Rui Pedro Cordeiro Abreu de Oliveira, INSTITUTO FACULESTE

Graduado em Tecnologia e Gestão Ambiental pela Faculdade Pitágoras de Fortaleza. Pós-graduado em Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Bolsista da Fundação Nacional de Desenvolvimento de Ensino Superior Particular. Parceiro de projetos de iniciação científica como foco em gerenciamento de resíduos em ambientes gastronômicos no Centro Universitário Pitágoras de Fortaleza. Consultor e Auditor do Instituto Lixo Zero Brasil. Atua como Gestor Ambiental na área de Ciências Ambientais, com ênfase em Gerenciamento de Resíduos, atuando principalmente nos seguintes temas: Elaboração, gerenciamento e acompanhamento do plano de Resíduos Sólidos; estudo de aplicação de sistemas de Compostagem Acelerada; Relatórios de sustentabilidade de Resíduos; Relatório de Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa para eventos; Compensação Ambiental; Implementação de ações socioambientais. Sócio administrador da empresa Transforme Serviços Verdes Consultoria em Sustentabilidade Ltda. e Transforme Coworking Escritório Virtual Ltda. 

Adriana da Silva Baltar Maia Lins, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco (1998), Residência em Saúde da Família (2007), além de Mestrado em Modelos de Decisão e Saúde pela UFPB concluído em 2021. Realizou serviços de consultoria da Organizacão Pan-Americana da Saude/Organizacão Mundial da Saude, além de ter sido tutora do curso de especialização a distância - UNA SUS UFPE, bem como coordenadora Estadual de Pernambuco do programa de provimento Mais Médicos e Coordenadora da Comissão -CCE - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase na Saúde Coletiva, atuando principalmente na Atenção Primária e Programas de Provimento onde atuou como Gerente de Expansão e Qualificação da Atenção Primária da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco durante 2 anos.

Referências

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2023-02-20 — Atualizado em 2023-08-10

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Saneamento