Análise dos efeitos causados pelo intemperismo acelerado em amostras de arenito poroso vermelho

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v2i1.10

Resumo

Os arenitos da formação Botucatu são muito utilizados na região de São Carlos e Araraquara, sendo utilizados em várias edificações históricas destas cidades. Um dos litotipos da formação, o arenito poroso vermelho (APV), é tradicionalmente considerado rejeito da extração dos arenitos vermelho e amarelo; contudo, as pedreiras da região vêm demonstrando interesse na comercialização deste litotipo como parte de um esforço maior de redução da produção de rejeitos. Este trabalho teve como objetivos determinar os efeitos causados pelo uso de ácido muriático em superfícies feitas de APV, com o intuito de expandir sobre estudos de viabilidade do litotipo realizados por outros pesquisadores da UFSCar e verificar a veracidade de relatos sobre os efeitos negativos do reagente neste material. Para isto, foram realizados ensaios de impacto de corpo duro e índices físicos segundo normatização vigente e de alteração acelerada não normatizado, em dois grupos de amostras que haviam sido previamente expostos a intempérie natural por 1 ano. Estes ensaios mostraram que, após exposição prolongada ao reagente, as amostras perderam ao redor de ¼ da massa, perderam em media 30% de sua tenacidade, adoptaram colorações indesejadas e tiveram alterações de seus índices físicos condizentes com perda de cimentação e deposição de sais nos poros. Com isto, foi concluído que o uso de ácido muriático para limpeza de superfícies compostas de APV é fortemente contraindicado, pois afeta negativamente todos os aspectos ensaiados da rocha.

Biografia do Autor

Denise Balestrero Menezes, Universidade Federal de São Carlos _ UFSCar

Geóloga graduada pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1988), mestre em Ciências da Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP (1995) e doutora em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). Atuou em consultoria na área de Geociências, com ênfase em Geologia Ambiental e Mineral, nos temas: mineração, estudos do meio físico, bacia hidrográfica, estudos geológico/geotécnicos e geoambientais, contaminação de solo e água subterrânea. Atualmente é professora/pesquisadora Associada I no Departamento de Engenharia Civil e do Programa de Pós Graduação em Engenharia Urbana da UFSCar, com pesquisas em geotecnia ambiental e geologia ambiental, nos temas depósitos antropogênicos, água subterrânea, recuperação de áreas degradadas, áreas contaminadas, geodiversidade e pesquisa tecnológica de rochas. 

Alexandre Magalhaes de Petrini Coelho, Universidade Federal de São Carlos _ UFSCar

Possui ensino-medio-segundo-grau pela escola divina providencia (2016). Atualmente é estudante de Engenharia Civil na Universidade Federal de São Carlos. Com iniciação científica em ensaios de rochas.

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Publicado

2021-06-24 — Atualizado em 2021-06-24

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Geotecnia e Geoprocessamento