TERRA, MORADIA E ALIMENTO: O ASSENTAMENTO HUMANO CONTEMPORÂNEO E A PRODUÇÃO BIODINÂMICA DE ALIMENTOS COMO AGENTES TRANSUBSTANCIADOS DA PAISAGEM

Autores

  • Kelly Cristina Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação de Bauru, Departamento de Arquitetura Urbanismo e Paisagismo. https://orcid.org/0000-0002-2174-4370
  • Cristina G. Mendes Brasileira

DOI:

https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v1i1.103

Palavras-chave:

Terra pública, Movimentos sociais, Produção de alimento

Resumo

Atualmente, as pessoas em todo o mundo se organizam em cidades. Hoje, passamos de seis milhões para seis bilhões de exploradores de uma biosfera cuja resiliência da paisagem não pode mais ser presumida. É preciso, então, nas cidades, tentar satisfazer os múltiplos interesses humanos das mais variadas formas. Como uma das questões indutoras da investigação, delimitamos premissas para o projeto da paisagem, partindo da discussão sobre a polêmica da ausência de políticas públicas inclusivas de acesso à moradia. Efeito dessa escassez está o afastamento do Estado, e o consequente fortalecimento de movimentos sociais de luta por moradia transforma o cenário de pequenas no interior do país, como o caso de Bauru-SP. Temos como exemplo o Movimento Social de Luta dos Trabalhadores (MSLT), que defende o direito à moradia para famílias de baixa renda e busca promover o direito ao acesso à terra para a população mais vulnerável no município em questão, bem como em localidades vizinhas. Analisam-se, fundamentalmente, três aspectos, quando possível: 1. O acesso à terra como dimensão da noção de território, premissa que possibilitou uma investigação sobre as condições de acesso à moradia como espaço para a produção de alimento a partir da aproximação com assentamentos dos movimentos sociais, 2. Na mesma escala crescente é a demanda de literaturas referente a produção de alimentos associada a nutrição
para o desenvolvimento humano, 3. Em última instância a aproximação dos entes cidade e floresta para compreensão dos problemas em torno da imersão da cidade na mata de cerrado
e tirar alimento.

Biografia do Autor

Kelly Cristina, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação de Bauru, Departamento de Arquitetura Urbanismo e Paisagismo.

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Moura Lacerda (1997), Mestre (2002) e Doutora (2016) pelo PPGEU- Programa de Pós Graduação em Engenharia Urbana da UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos (2002). Atualmente é Professora Assistente da Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho e da FIB- Faculdades Integradas de Bauru. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento e Projeto da Paisagem , atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento urbano, políticas públicas, planejamento paisagístico, ferrovia e patrimônio histórico.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Kelly Cristina, & Cristina G. Mendes Brasileira. (2020). TERRA, MORADIA E ALIMENTO: O ASSENTAMENTO HUMANO CONTEMPORÂNEO E A PRODUÇÃO BIODINÂMICA DE ALIMENTOS COMO AGENTES TRANSUBSTANCIADOS DA PAISAGEM. Engenharia Urbana Em Debate, 1(1), 202–213. https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v1i1.103